domingo, 23 de junho de 2019

"VIAGEM PELO TEMPO", por Joaquim Pinto (4)


SPORT CLUBE DE FREAMUNDE
HISTÓRIAS E LEMBRANÇAS ÚNICAS (3)

 CAMPO DO "CARVALHAL" - ESPAÇO DE MEMÓRIAS


O clube nasceu pobre, sem grandes meios financeiros para garantir campo próprio para treinos e jogos. Era, portanto, tarefa prioritária fomentar a actividade futebolística, com algumas condições de higiene, mesmo em espaço alugado.
A dois "palmos" de distância do centro da povoação existia um terreno que dava na perfeição para erguer um campo onde fosse possível praticar a modalidade.
Feitas as necessárias diligências, as dificuldades foram inicialmente ultrapassadas com o arrendamento dessas terras ao Dr. António Corrêa Teixeira Vasconcelos Portocarrero por uma importância compatível com as possibilidades do clube. 
(O Dr. Portocarrero - figura fascinante e poderosa -, Matemático, Coronel e Director da Escola Militar de Artilharia, Chefe de gabinete do Ministro da Guerra, Comandante da 3ª Divisão do Exército "Porto", Deputado, Comendador das Ordens de Avis, Cristo..., era senhor de muitas propriedades espalhadas por todo o Vale do Sousa. 
Nascido no dia 20 de Novembro de 1858, em Paredes, na Casa do Barreiro (freguesia de Santa Maria Madalena), onde passou os últimos anos da sua vida, casou em Lisboa com Maria de Jesus Pereira Bretes).


Por Valiosas ofertas ao Clube, o Dr. Portocarrero foi nomeado sócio benemérito da Colectividade

A acção do, na altura, Tenente Alves de Sousa, distinto militar que se movimentava bem junto das altas esferas políticas e financeiras, foi preponderante para o êxito da operação.
Depois, utilizando mão de obra voluntária - rostos invisíveis, anónimos, que trabalharam intensamente sem que os motivasse qualquer interesse material, fazendo uso dos seus instrumentos de ofício, pás, alviões, picaretas, manejados com toda a eficiência e denodo - o rectângulo de jogo ganhava contornos.
Os trabalhos tomaram de início um ritmo acelerado, de tal forma que, em pouco mais de seis meses, o campo, com condições suficientes para um clube em crescimento, foi dado como pronto (Março de 1935). Campo esse denominado de "Carvalhal" por se situar no lugar do mesmo nome e por muitos entendidos considerado um dos mais modernos e funcionais da província.
Em Dezembro de 1934 é convidado o Sport Club Sobrosa para um jogo que serviu de experiência ao novo campo do clube, privado ainda dos indispensáveis balneários, construídos tempos após e que constavam de uma periclitante estrutura de madeira, pintada a azul, de telhado clássico e com um pequeno gradeamento frontal, assente no solo a uns quinze/vinte metros a norte da porta de entrada principal.



(Em frente ergueu-se, mais tarde, um frondoso carvalho - felizmente ainda resiste - transplantado pelo freamundense João Pereira, mais conhecido por João "Ovelha". A árvore veio do Marão, trazida por um tal Mendes, chefe dos cantoneiros, natural de Felgueiras, que correspondeu afirmativamente e com enorme prazer ao pedido formulado por Hermínio Pinto, dirigente de então).
Para suprir tal lacuna os jogadores serviam-se de pequenos aposentos de uma casa particular pertença de Maximino "da Eira", mais tarde sogro do atleta Alberto Augusto.
A vitória sorriu aos anfitriões por uns concludentes 10-0.
Testemunhos da época referem que a jornada foi um êxito total, pelo número e qualidade de espectadores e também pelo interesse despertado.
Cerimónia essa que jamais se apagará da memória de quem teve o privilégio de assistir e participar (já são tão poucos!), e do coração de quem esperou e lutou por esse momento.


"Onze Vermelhos"

Em cima: Adolfo Pereira (Dirigente) - Adelino "da Claudina" - António "Bica" - Joaquim Pinto - Moreirinha - António "Careca" - Neca "da Couta" - Juca "Careca"
Em baixo: Zé "Careca" - Zé "Bica" - Alberto "Botas" - Cândido Pinheiro - Arnaldo Pinheiro


O que de mais relevante ressaltou do acontecimento foi a adesão de entusiastas, figuras públicas incluídas, o ambiente de festa que rodeou a peleja e a goleada - é sempre bom ganhar-se mesmo num jogo a "feijões" - imposta pelos rapazes da casa aos ilustres visitantes.
Para os intervenientes directos foi, sem dúvida, um dia de verdadeira felicidade, compreendendo-se o que para eles representava vestir, em data simbólica, a camisola que era já uma paixão.
Uma semana depois, a rapaziada recebe e derrota copiosamente os "Scouts" (Escuteiros) da Vila de Paços de Ferreira, por 13-0.
"Foi um para cada um e ainda sobraram dois" - assim nos contava, vezes sem conta, com os olhos a brilhar, Cândido Pinheiro, atleta desse lendário grupo.
No "Carvalhal", ao longo de muitos anos (60, aproximadamente) escreveram-se algumas das "Páginas Futebolísticas" mais brilhantes da respectiva história.
Ao "Carvalhal" passaram a convergir milhares de homens , mulheres e crianças que, com a sua alegria, a sua entrega, tanto a participarem como só a verem ou a apoiarem, fizeram do Freamunde um clube diferente, do qual todos gostamos.


"Carvalhal" em dia de jogo

Mas, com o decorrer dos tempos, as estruturas degradavam-se. Os painéis de madeira que circundavam o campo, ruídos pela usura e pelas intempéries, exigiam bastantes consertos. 
Amâncio Ribeiro
Em 1947, a direcção liderada por Amâncio de Vilhena Ribeiro decidiu adaptar um chuveiro privativo no gabinete do árbitro. Finalmente o homem do apito já podia tomar banho sossegado.
Também por oferta de Júlio Dias de Andrade, comerciante de madeiras desta terra, foi colocada - era mesmo necessidade extrema - uma porta na entrada sul do campo do Carvalhal, satisfazendo-se, principalmente, os anseios dos adeptos da vizinha freguesia de Ferreira.
O clube crescia a olhos vistos.
Em 1948, os terrenos do campo do Carvalhal continuavam alugados ao Dr. Portocarrero.
A renda, recebida pelo Dr. António Chaves, era paga do seguinte modo: entrega em cada ano ( pelo S. Miguel, entre 29 de Setembro e 01 de Novembro) de 20 rasas de milho e 10 carros de mato, ao preço corrente. Não existia contrato escrito.
Entretanto, falecia no Porto o Dr. Portocarrero. A viúva, ao ter conhecimento pelo seu feitor, Casimiro "d'Afreita", que a direcção do Sport Clube de Freamunde tinha mandado celebrar missa por alma do marido, ordenou que a partir de então, e já nesse ano, a renda de aluguer do campo deixaria de pagar-se. O Clube agradeceu, penhoradamente. Pudera!
Os anos passavam e o campo de jogos, incompreensivelmente - o dinheiro não sobrava -, mantinha vedação em madeira. De Inverno, em períodos de forte ventania, os taipais davam sinais de fadiga e caíam com bastante frequência.
Para a reparação dos estragos a agremiação contava com a preciosa ajuda da "Fábrica Grande" - oferta de materiais - e os préstimos de quatro verdadeiros freamundenses: Neca "da Couta", Alfredo e Francisco "da Fonte" e Valentim "Faneco". Que entrega, disponibilidade e paixão destes bairristas!...


Campo vedado a taipais de madeira

Entretanto, o projecto clube/empresa, sem o apoio da "alma-mater", Padre Castro, entretanto falecido, perdia sentido.
Padre Castro
As coisas poderiam mudar. E mudaram.
Necessário e urgente era dotar o recinto de modernas e funcionais infra-estruturas.
Fernando Leal, vice-presidente do executivo, sonhou e a obra, grandiosa, nasceu. Estávamos em 1959.
Mas não foi fácil esta tarefa. Fernando Leal viu-se exclusivamente só a arrastar tão pesada cruz, acto a que os seus colegas de direcção se recusaram por receio de tão grande empreendimento.
Indiferente aos obstáculos que tamanha iniciativa não deixaria de lhe oferecer, Fernando Leal não hesitou em levá-la por diante, embora muitos escolhos tivessem surgido.
A realização era onerosa e complexa mas da maior utilidade para os fins em vista.
Fernando Leal
As obras, dispendiosas, ficaram por 70.000$00. Da massa associativa apenas se conseguiu a quantia de 20.000$00. O Estado - através do Ministério das Obras Públicas, onde a acção do seu Secretário, Eng. Lousa Viana, coração ligado a Freamunde, foi influente - (6.000$00) e a Associação de Futebol do Porto (5.000$00) também comparticiparam financeiramente. De que constaram, afinal, os trabalhos?
Visto o campo ser de reduzidas dimensões e escoar mal as águas pluviais na época de Inverno, aumentou-se o comprimento e largura em cerca de dois metros (louve-se a bondade de Ernesto Taipa ao ceder e permutar parte de terrenos que lhe pertenciam).
As vedações de madeira, já antigas, foram totalmente substituídas. Umas foram realizadas em blocos de betão simples, outras em alvenaria. Construíram-se, também, duas novas bilheteiras e deu-se à entrada principal do campo uma outra configuração. 
Entrada "norte" do "Carvalhal" e zona das bilheteiras
Porque os balneários existentes, de "carvalho" já bastante apodrecido, não ofereciam as condições necessárias, foram feitas, de raiz, mais pr'a baixo, umas novas dependências em pedra (ampliadas mais tarde),  uma cabine radiofónica bem como um W.C. Os adeptos tinham necessidades fisiológicas que não prescindiam delas e necessitavam de se desembaraçar dos seus apertos intestinais.
Procedeu-se, ainda, a canalizações de água, sobretudo para banhos, e esgotos.
Em 15 de Novembro de 1967, o executivo  do Sport Clube de Freamunde, liderado por Anselmo Ferreira Marques, adquiriu, por compra, a herdeiros do Dr. Portocarrero, o terreno do seu parque de jogos, disponibilizando para o efeito a quantia de 130 contos.
Através dos "fundos" do Totobola, a A.F. Porto concedeu um subsídio de 100 contos.
Por uma questão de segurança, em assembleia geral foram dados de hipoteca, à Associação de Futebol do Porto, os terrenos do "Carvalhal", por um período de 100 anos, não fosse o diabo tecê-las.
Anselmo Marques
Em 1974, com a "Revolução dos Cravos", a direcção, presidida por Agostinho Ferreira Leal, natural da freguesia de Modelos mas indefectível freamundense, congratulou-se pelo espírito de equidade de que a vereação pacense deu provas. De injustiças já estavam os habitantes desta terra fartos. Pela primeira vez - com alguma surpresa porque não habituados -, foi concedido um subsídio ao Sport Clube de Freamunde de valor igual ao atribuído ao Futebol Clube de Paços de Ferreira. Acabava a constante indignação de 1.500 associados duma agremiação que se considerava "terra estranha" dentro do concelho. Com a "massaroca" na mão (outras verbas surgiram provenientes de peditórios efectuados), os dirigentes dotaram o "Carvalhal" de luz artificial, necessária para os treinos, aprovada também para jogos nocturnos. Esta arrojada iniciativa custou ao clube a "módica" quantia de 250.000$00.
Os "máximos" dos automóveis dos directores, ligados durante largos minutos no decorrer das sessões semanais para que os jogadores pudessem ver a bola, deixaram de ser necessários.
Também um "Marcador", para assinalar os golos, foi instalado no topo sul do recinto, bem como, mais tarde, uma inovada aparelhagem sonora, distribuída por colunas em redor do campo. Era o adeus às tradicionais e ensurdecedoras "cornetas".
As épocas decorriam (já estávamos em 1989) e o clube era ultrapassado estruturalmente por outras agremiações. Pela "vizinhança".
O Sport Clube de Freamunde, desportivamente, apresentava "palmarés" mas sem condições mínimas para a prática da modalidade. Não era, todo por todo, necessário viver de forma opulenta, mas assim também não.
O mítico "Carvalhal", palco de jornadas memoráveis ao longo de várias décadas, estava caduco.


Auto de Vistoria: Como se pode verificar as dimensões do rectângulo eram muito exíguas

Um novo complexo que reflectisse a grandeza do clube seria uma realidade a curto prazo.
«O tempo não perdoa - como referiu Fernando Santos, também ele ex-presidente do S.C.F., em "Coisas Minhas" -, e mais tarde ou mais cedo todas as coisas atingem o seu fim: até os campos de futebol!... O "Carvalhal" não podia fugir a esta intransigente regra: o seu fim aí está, um fim natural e que, com alguma naturalidade se aceita, sem mágoa justificada, sem discussão válida, sem desnecessário saudosismo, antes com exacerbada alegria.
...No entanto, embora leve, sempre um amargo de alma nos fica ao vermos desaparecer um local a que nos habituamos ao longo dos anos.
...Hoje, ao afastar-nos daquele velho "pelado", não podemos deixar de parar, por instantes, de nos voltarmos para trás e de lhe deitarmos um olhar de nostálgica simpatia...».
O Freamunde despediu-se, em beleza, com uma vitória (1-0) sobre o Felgueiras. Paulo Fernando ficará na história como o artilheiro que rubricou, no grupo de honra, o derradeiro golo na terra batida do "Carvalhal".


Equipa do último "derby" no "Carvalhal" - Freamunde/P.Ferreira (3-0)
Em cima: Vasco - Bráulio - Paulo Fernando - Marcos António - Pedro Barbosa - José Nuno Amaro
Em baixo: Carlitos - Avelino - Luís Filipe - David - Américo 
 

É claro que a actividade futebolística aqui continuou ao serviço da formação, por mais algum tempo. Por mais seis anos.

E depois, para quem ficou o terreno?
No início da época 1990/1991 o passivo do clube - dizia-se - era de aproximadamente 23.000 contos. Uma fortuna.
Toda a "massa" para cobrir os encargos, ou grande parte dela, tinha saído do bolso do presidente Alfredo Barbosa de Bessa - dizia-se.
Os prejuízos acumulados conduziram a um total que pela sua dimensão podia colocar em causa a Agremiação.
Numa célebre Assembleia Geral, realizada no salão nobre dos Bombeiros Voluntários, o presidente do Freamunde submeteu a apreciação uma proposta da direcção que se consubstanciava no seguinte: a Assembleia Geral reunida dará plenos poderes à direcção da Colectividade para alienar ou onerar o campo do Carvalhal, referindo que a proposta apresentada, e caso houvesse aprovação, seria imediatamente adoptada.
Colocada a votação, a referida proposta foi aprovada por unanimidade, com duas declarações de voto.  
Uma delas versava que a receita proveniente da alienação ou oneração do campo do Carvalhal não fosse toda usada no pagamento de défices de gestão (dívidas do clube), mas que parte dela tivesse aplicação na aquisição ou melhoramentos do património da Instituição. Blá, blá, blá.
Ouviu-se, então, da boca do credor: «Eu, pessoalmente, não tenho ainda nada na minha mão. Possuo apenas uma declaração de dívida do Sport Clube de Freamunde. O objectivo passa por rentabilizar o património do clube. A área dá para construir 56 apartamentos e 18 lojas. Se alguém quiser comprar a parte que me cabe para liquidar a dívida - socorri-me da banca -, entrega-me 70% do constante da declaração e eu perdoo o resto». Blá, blá, blá.
A realidade foi esta: face aos valores em causa, o "Carvalhal" passou, naturalmente?, sem "ondas", para as mãos de Alfredo Barbosa de Bessa.
Assim, sem mais nem menos!...
O que poderia ser zona desportiva (piscina, "court" de ténis, circuito de manutenção...), transformou-se num negócio imobiliário.
Anos depois, ORM escreveu no "Fredemundus": «A vida do povo é um cesto de afectividades. À noite, na Gandarela, o amor gerou centenas e centenas de freamundenses que tinham no campo do Carvalhal, o "ex-líbris" do seu bairrismo, a marca genética da sua origem, as páginas da sua história social e desportiva. No campo do Carvalhal não se jogava apenas à bola, nesse humilde campo de futebol sentia-se e vivia-se Freamunde no seu todo comunitário. O coração de Freamunde pulsava ali, a alma de Freamunde subia para o alto no eflúvio de suor dos seus jogadores e expandia-se com os gritos dos adeptos no clímax do jogo.
O "Carvalhal" era o peito do nosso coração, hoje é um pesadelo urbanístico.
É impensável que no chão que nos deu as maiores emoções colectivas e glórias bairristas estejam dois monstros de cimento armado esmagando as páginas mais fervorosas do nosso sentimento e dos nossos feitos».
Pois é!...
Dia 23 de Junho de 1996. Freamunde/Candal, em Juvenis. Último jogo do mini-campeonato para o apuramento de campeão distrital.

Juvenis - Campeões distritais época 95/96

Os "meninos" de Emiliano Ribeiro não estiveram com meias medidas e bateram o adversário por concludentes 4-0.
Quando o árbitro silvou pela última vez, houve invasão de campo. Viveram-se momentos de muita alegria. Alegria, sim, porque o futuro se adivinhava risonho, mas triste, muito triste, pelo destino do "Carvalhal" que chegara ao fim.


Depois deste momento de alegria, após o termo do jogo  Freamunde/Candal, em Juvenis, o "Carvalhal" "finou-se".

Naquele dia, quando abandonámos o "Carvalhal", velhinho e obsoleto, muitas lágrimas de saudade chegaram aos nossos olhos.

Invadiu-nos uma sensação de vazio, de revolta. Afinal, as coisas poderiam ter levado outro rumo, poderia ter-se legado o espaço para outros fins, sempre ligados ao fenómeno desportivo, mesmo sabendo perfeitamente que os tempos são de mudança, não se padecem de sentimentalismos.
Na hora da demolição, algo de muito forte se sentiu. Por cada bocado da sua estrutura física que desaparecia, vinham-me à memória os "penaltys" do João Taipa, as fintas do Ernesto, as "bombas" do Venâncio, as defesas do Miguel, as derrotas (poucas), as vitórias (muitas), os títulos.
Foi já há algum tempo.
Continuo a passar por lá diariamente, sempre confrontado com os enormes blocos de cimento armado, inexpugnáveis. Ao lado dos "mamarrachos" ainda resta sinais perenes da derrocada do espaço mítico: uma pequena estrutura dos balneários - consumidos por vários anos de abandono -, o velho carvalho e alguns muros, cobertos de musgo e envoltos em silvas, únicas testemunhas das imensas tardes de glória.
Ainda o sinto ali, naquele sítio, eternamente. Ah, a nostalgia do "Carvalhal"!...


O que resta dos antigos balneários



O "velho" carvalho ainda resiste 


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