sexta-feira, 8 de novembro de 2024

"TEATRO" EM FREAMUNDE - MAIS DE 100 ANOS DE HISTÓRIAS (15)

 Continuação:




















"AS PUPILAS DO SENHOR REITOR"

    ... o autor ...


Júlio Dinis



   




    Júlio Dinis, pseudónimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, nascido no Porto a 14 de Novembro de 1839, foi escritor e médico, um dos mais importantes ficcionistas românticos de Portugal.

    Sua obra representou uma verdadeira análise da sociedade burguesa da segunda metade do século XIX. 

    "As Pupilas do Senhor Reitor", "A Morgadinha dos Canaviais", "Os Fidalgos da Casa Mourisca" e "Uma Família Inglesa" foram os romances mais importantes da sua vasta obra.

    Neto de ingleses, foi educado sob os moldes da burguesia britânica, da qual assimilou os costumes e valores.

    Vitimado pela tuberculose, Júlio Dinis foi obrigado a deixar o Porto. Fez constantes viagens para o campo e encontrou na vida campesina os motivos para a maioria dos seus trabalhos.

    Faleceu, no Porto, no dia 12 de Setembro de 1871, com apenas 31 anos de idade.


    ... a obra ...

    Esta enternecedora opereta em 4 actos é adaptada por Ricardo Silva, com prólogo, anotações e arranjo de Edurisa, Filho, e música do maestro Jaime Martins.

    Uma encantadora história de gente simples da Aldeia. Uma página do passado eternamente jovem. Um clássico do romantismo português. Uma obra que fez a sua época, toda serenidade, deitando mão a argumentos que hoje se podem considerar ingénuos ou fora de moda, mas que, precisamente por isso, têm um incalculável interesse para o estudo do último quartel do século XIX.

    Em suma: romance escrito e publicado em 1866, com a simplicidade de estilo e o realismo de representação, que caracterizam a obra de Júlio Dinis, e recheado de situações imprevistas e de grande intensidade dramática.

    «...Margarida "Guida"(Fernanda Felgueiras), de carácter triste e sombrio, que é traço indelével que fica de uma infância, à qual se sufocaram as naturais expansões e folguedos, em que precisa transbordar a vida exuberante e bela, e Clara (Fernanda Nunes), possuidora de um gênio, com o qual se não davam as apreensões. Não calculava consequências. A vida era o presente. (...) A sua confiança em tudo chegava a ser perigosa. Um inesgostável fundo de generosidade, principais elementos daquele carácter simpático, de personalidades opostas, pois, adoptadas pelo Reitor (Alberto Graça), figura central do imbróglio, que se tornou tutor de duas jovens orfãs, a quem muito estimava, e lhes valeu como pai, conselheiro e professor.

    A intriga centra-se, contudo, em Daniel (Armando Carneiro), amigo de infância de Margarida, segundo filho do abastado lavrador José das Dornas (Nelson Lopes), também pai de Pedro que se noiva de Clara.

    Depois de, um rapazinho, ter renunciado à carreira eclesiástica por amor a Margarida, agora professora de crianças, Daniel regressa à aldeia, já médico homeopata e completamente esquecido do seu idílio de infância. Porém, o jovem médico torna-se um namorador impulsivo e inconstante e encanta-se da futura cunhada, iniciando uma tentativa de conquista que poria em risco a harmonia familiar.

    Para além do Reitor, a obra apresenta uma interessante galeria de tipos rústicos onde se destacam as figuras de José das Dornas, João Semana (Fernando Santos), o bondoso e octogenário médico rural e sua velha criada, a impulsiva Joana (Mariazinha Correia), transbordante de sinceridade e coração;  João da Esquina (Ricardo Manassés), o dono da loja, comerciante boçal atento a intrigas e brigas locais, representante do meio mesquinho e pequeno. Também  a sua interesseira mulher, Teresa (Maria Ângela Taipa), que vive com um à-vontade impressionante e a sua dengosa filha Francisquinha (Júlia Andrade), toda atenção e graça; Josefa (Cremilde Queirós Monteiro),  a beata linguaruda;  Venâncio,  (Vitorino Ribeiro), sempre pronto a filosofar perante o "colega" João Semana,  entre outras». 


Nelson Lopes (José das Dornas), Alberto Graça (Reitor)
 e Fernando Santos (João Semana)


António Lopes (Pedro), Alberto Graça (Reitor)
 e Fernanda Felgueiras (Margarida)


Ricardo Manassés (João da Esquina)
e Nelson Lopes (José das Dornas)
 



Alberto Graça (Reitor), Fernanda Felgueiras (Margarida),
Armando Carneiro (Daniel), António Lopes (Pedro)
 e Fernanda Nunes (Clara)

 


Mariazinha Correia (Joana), Maria Gracinda Taipa (Micas),
Fernanda Felgueiras (Margarida)
Maria Madalena Monteiro (Ermelinda)
e Alberto Graça (Reitor)




Fernanda Nunes (Clara) e Armando Carneiro (Daniel)




Fernanda Nunes (Clara) e António Lopes (Pedro)
 


Ricardo Manassés (João da Esquina), António Pinto (António),
Maria Gracinda Taipa (Micas), Vitorino Ribeiro (Venâncio),
Cremilde Queirós Monteiro (Josefa)
Celeste Pinto (Ana), Maria Ângela Taipa (Teresa),
Mariazinha Correia (Joana) e Dilma Gomes (Maria)



Fernanda Felgueiras (Margarida),
Mariazinha Correia (Joana),
Nelson Lopes (José das Dornas) e Alberto Graça (Reitor)



 
Fernanda Nunes (Clara) e Armando Carneiro (Daniel)




Fernando Santos (João Semana) e Armando Carneiro (Daniel)





"Desfolhada"

 



"Desfolhada"

 


Vitorino Ribeiro (Venâncio), Cremilde Monteiro (Josefa),
Ricardo Manassés (João da Esquina)
 Maria Ângela Taipa (Teresa), Júlia Andrade (Francisquinha),
Fernando Ribeiro (2º Camponês), Alberto Graça (Reitor),
Celeste Pinto (Ana), Beatriz Pedra (Camponesa),
Fernanda Nunes (Clara),
António Pinto (António) e Arnaldo Pereira (Domingos
)




 
Execução Musical no Porão: José Ribeiro, António Peixoto,
António Rego, Antonino Nogueira Nunes (Regente)
 Alexandrino Amâncio e Arménio Ribeiro



Representações: 6, todas em Freamunde

Espectadores: 1.264

Continua:

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário