Continuação:
"UM FANTASMA CHAMADO ISABEL"
... o autor ...
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Henrique Santana |
Henrique Júlio Martins Santana (Lisboa, 7 de Maio de 1924 - Lisboa, 1 de Julho de 1995) foi um actor, produtor, encenador e escritor português.
Era filho do actor Vasco Santana e de sua primeira mulher Arminda Martins e casado com a também actriz Maria Helena Matos, filha do actor Francisco Mendonça de Carvalho e da actriz Maria Matos.
Aos 8 dias de vida já ia para o Eden, onde trabalhava o avô, prestigiado mestre de carpintaria teatral.
O seu destino era inevitavelmente o espectáculo. Produziu ao longo da carreira mais de meia centena de textos originais, representados em Portugal e no estrangeiro, assinando também mais de 150 traduções de peças.
Em 1958, com "Um Fantasma Chamado Isabel", inicia-se como autor no Teatro Monumental, peça protagonizada pelo pai, Vasco Santana, o derradeiro trabalho deste "monstro" do teatro e cinema português.
... a obra ...
«Miklos Marai, pseudónimo de Henrique Santana, traz-nos uma divertida comédia bem ao seu estilo. Henrique Santana, em cuja companhia havia nomes grandes da cena portuguesa como Assis Pacheco, Irene Isidro, Costinha e o próprio Henrique Santana.
A mentira tem perna curta poderia muito bem ser o nome desta peça de teatro.
Tudo começa com um facto real, verídico e indesmentível! Mas... e há sempre um mas...
É uma verdade tão verdadeira que ninguém acredita nela!
E a partir daqui instala-se a confusão. A necessidade de camuflar a verdade com uma pequena mentira, sim porque "um homem quando fala com mulheres, só deve recorrer à verdade quando lhe faltam as mentiras!", transforma-se num desenrolar alucinante de confusões.
Tudo se passa numa habitação onde vivem os irmãos Pimentel. Guilherme (Fernando Santos), o mais velho, é casado com Esmeralda (Maria Ângela Taipa), uma mulher desconfiada e de temperamento difícil. Ambos cederam à filha, Maria Teresa (Júlia Andrade), quando esta se casou com o Dr. Fernando Lopes (Vitorino Ribeiro), o galã cómico - doutor em Económicas e Financeiras. No primeiro andar da sua vivenda vivem em perfeita harmonia. No rés-do-chão mora também o irmão mais novo de Guilherme, o Dr. Eduardo Pimentel (António Costa Alves) - médico, doutor a valer.
A dado momento o Dr. Fernando chega a casa com um cheiro fortíssimo a perfume de mulher e isso poderia ser causa suficiente para o fim do seu feliz casamento com Maria Teresa. É assim que, com uma pequena mentira criada com a ajuda dos dois Pimentéis, se instala enorme confusão.
Para fazer prevalecer a mentira como verdade absoluta, o Dr. Fernando parte propositadamente uma perna. Como tal não bastasse, uma Isabel (Fernanda Nunes) que nunca existiu, afinal aparece lá em casa. Para completar a confusão, surge também o pai dessa misteriosa mulher! Ou melhor, dois pais, Castro (Nelson Lopes) e Luigi Goldoni (Alberto Graça -. substituído, depois, por Ricardo Manassés), que é para a mentira ser ainda maior! Tudo isto numa autêntica sucessão de equívocos e mentiras hilariantes, observadas de perto pela criada lá de casa, Clara (Dilma Gomes)».
Nelson Lopes (Castro) e Ricardo Manassés (Luigi Goldoni) |
Júlia Andrade (Maria Teresa) e Maria Ângela Taipa (Esmeralda Pimentel) |
Júlia Andrade (Maria Tereza), António Costa Alves (Dr. Eduardo Pimentel) e Fernando Santos (Guilherme Pimentel) |
Maria Ângela Taipa (Esmeralda Pimentel), Vitorino Ribeiro (Fernando Lopes) e Júlia Andrade (Maria Teresa) |
Maria Ângela Taipa (Esmeralda Pimentel), Vitorino Ribeiro (Fernando Lopes), Fernando Santos (Guilherme Pimentel), Nelson Lopes (Castro) e António Costa Alves (Dr. Eduardo Pimentel) |
Maria Ângela Taipa (Esmeralda Pimentel), Júlia Andrade (Maria Tereza) e Fernanda Nunes (Isabel) |
... prémios ...
Com esta peça o GTF arrecadou os primeiros prémios do Concurso de Arte Dramática das Colectividades do Distrito do Porto:
«Prémio Câmara Municipal de Matosinhos», para o melhor conjunto e «Prémio Francisco Lavandeira», para Fernando Santos, como a melhor encenação.
António da Costa Alves, Fernando Santos e Fernanda Nunes foram distinguidos com «menções honrosas».
O GTF apresentou este espectáculo em Santa Maria da Reguenga e, a convite da Delegação no Porto do S.N.I., deu também um memorável espectáculo no Porto, no Teatro Sá da Bandeira, em 13 de Junho de 1965, integrado nas "Festas do Maio Florido".
Representações: 10, em Freamunde, Reguenga e Porto (Teatro Sá da Bandeira)
Espectadores: 1.500, aproximadamente.
Continua:
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