SPORT CLUBE DE FREAMUNDE: UM CLUBE ESPECIAL
As "coisas" estiveram mesmo feias! Estiveram por um fio!...
O clube, moribundo (esteve ligado à máquina com leves sinais de si), atravessou, há anos atrás, o período mais negro da sua história. Iria sucumbir, com estrondo, tal como outros emblemas, e não foram (e continuam a ser) assim tão poucos? Apenas nos restariam memórias? Era preciso ter muita fé. As gentes de Freamunde sempre lutaram até ao limite das suas forças. Nunca se "agacharam".
A verdade é que o S.C. Freamunde, à altura, tinha boas infraestruturas, mas não deixava de parecer "palacete" de fidalgo arruinado, aqui e ali com sinais evidentes de desleixo, abandono.
Tudo devido às ditas "continhas", assustadoras. O passivo havia aumentado descontroladamente no decorrer desses anos.
As dívidas começavam a "minar" os alicerces que ameaçavam ceder face à podridão. O "fundo" adivinhava-se próximo.
Como foi possível chegar a este ponto?!... Pois!...
Contudo, que interessa agora responsabilizar, citar os "culpados", os "concretos" culpados! Também nos podem, a nós, associados (salvo raras excepções), incluir no "saco" por passividade, indiferença...
A verdade, porém, é esta, doa a quem doer: alguns anos consecutivos de gestão desgovernada - irresponsabilidade, negligência, falta de rigor, essencialmente... Ou ambição desmedida? - deram início ao descalabro, ao calvário freamundense.
A falta de maior apoio financeiro por parte da autarquia ( a denominada "lei dos compromissos" impossibilitava-o) não pode ser considerada a génese da derrocada.
A falta de maior apoio financeiro por parte da autarquia ( a denominada "lei dos compromissos" impossibilitava-o) não pode ser considerada a génese da derrocada.
Os dirigentes deixaram-se "levar" até à última - foi a ideia que nos transmitiram - por parcerias estranhas, e, quando acordaram ( o sono foi profundo), o fosso entre o que poderiam receber e o que tinham a pagar era enorme.
Só com "pressões" de vários "quadrantes", alguns responsáveis diretivos, numa das "célebres" assembleias gerais, levantaram um pouco o véu sobre a situação do clube.
As contas foram sempre, ou quase sempre, "assinadas de cruz" pelos presidentes do Conselho Fiscal. Quando assim era...
Os "casos", bem ou mal expostos, acabariam aqui se...
Expliquemos: impedido o clube de inscrever jogadores, o futebol sénior esteve na iminência de acabar. Ninguém aparecia, ninguém se mexia para resolver, com urgência máxima, dívidas a ex-atletas, treinadores, funcionários, fornecedores.... Fisco, segurança social... Penhoras atrás de penhoras... A lista de credores era enorme.
Esfumavam-se todas as tentativas de sobrevivência.
Só "lunáticos" pegavam nesta situação e a solucionavam. Parcialmente, que fosse. Apareceu um, de todo inesperado (Ernâni Cardoso), mas de nada valeu. Mesmo insistindo com novo mandato. Foi pior a emenda que o soneto. O "pobre" do Ernâni já se deve ter arrependido deste ato de coragem, sei lá quantas vezes!
Só com "pressões" de vários "quadrantes", alguns responsáveis diretivos, numa das "célebres" assembleias gerais, levantaram um pouco o véu sobre a situação do clube.
As contas foram sempre, ou quase sempre, "assinadas de cruz" pelos presidentes do Conselho Fiscal. Quando assim era...
Os "casos", bem ou mal expostos, acabariam aqui se...
Expliquemos: impedido o clube de inscrever jogadores, o futebol sénior esteve na iminência de acabar. Ninguém aparecia, ninguém se mexia para resolver, com urgência máxima, dívidas a ex-atletas, treinadores, funcionários, fornecedores.... Fisco, segurança social... Penhoras atrás de penhoras... A lista de credores era enorme.
Esfumavam-se todas as tentativas de sobrevivência.
Só "lunáticos" pegavam nesta situação e a solucionavam. Parcialmente, que fosse. Apareceu um, de todo inesperado (Ernâni Cardoso), mas de nada valeu. Mesmo insistindo com novo mandato. Foi pior a emenda que o soneto. O "pobre" do Ernâni já se deve ter arrependido deste ato de coragem, sei lá quantas vezes!
Antigamente (outros tempos "Dª Rosa", outros tempos!), abdicar era trair o clube. As dificuldades eram superadas com trabalho e paixão, traços que sempre caracterizaram a gente bairrista, por natureza, desta terra. Não só desta terra. O Freamunde nunca foi um clube somente da "Vila". Era querido por dezenas e dezenas de adeptos de todas as freguesias do concelho. Agora...!
O período era tão conturbado, as dificuldades eram tão grandes que até o espírito clubístico podia "esvair-se".
Os sócios já nem pressão exerciam se os resultados desportivos não surgissem. Queriam (e continuam a querer), isso sim, ver o clube estabilizado financeiramente, prioridade das prioridades.
Por estranho que pareça, as "coisas" lá foram andando, os dirigentes que resistiram desdobraram-se em esforços, até à demissão em bloco, a paixão dos "fiéis" adeptos continuou (até deu a impressão que aumentou), o grupo sentiu-se apoiado, sempre na "luta"...
Os sócios já nem pressão exerciam se os resultados desportivos não surgissem. Queriam (e continuam a querer), isso sim, ver o clube estabilizado financeiramente, prioridade das prioridades.
Por estranho que pareça, as "coisas" lá foram andando, os dirigentes que resistiram desdobraram-se em esforços, até à demissão em bloco, a paixão dos "fiéis" adeptos continuou (até deu a impressão que aumentou), o grupo sentiu-se apoiado, sempre na "luta"...
Animavam-se de novo as hostes...
No meio de tudo isto, ficava, entretanto, a pergunta: haveria futuro para o S.C. Freamunde? É que o "inevitável", o "fim", espreitava em cada esquina.
No meio de tudo isto, ficava, entretanto, a pergunta: haveria futuro para o S.C. Freamunde? É que o "inevitável", o "fim", espreitava em cada esquina.
"Milagre" precisava-se.
Esgotadas todas as possibilidades de eleição diretiva, de resolução dos graves problemas financeiros, se a solução tivesse mesmo que passar pela insolvência (a hipótese mais viável, para alguns), o clube, a partir da última divisão distrital, poderia subir de novo ao relvado, ao sintético ou ao... pelado. Tal como as equipas da formação. Sem o nome original, iria, certamente, manter a camisola azul. O genuíno emblema colado ao peito, esse...
Se a mística se mantivesse já não seria mau.
Uma coisa era certa: o Freamunde seria sempre, mas sempre, lembrado, julgado, como queiram, pelo seu passado tantas vezes glorioso e não apenas pela fraqueza do momento.
Esgotadas todas as possibilidades de eleição diretiva, de resolução dos graves problemas financeiros, se a solução tivesse mesmo que passar pela insolvência (a hipótese mais viável, para alguns), o clube, a partir da última divisão distrital, poderia subir de novo ao relvado, ao sintético ou ao... pelado. Tal como as equipas da formação. Sem o nome original, iria, certamente, manter a camisola azul. O genuíno emblema colado ao peito, esse...
Se a mística se mantivesse já não seria mau.
Uma coisa era certa: o Freamunde seria sempre, mas sempre, lembrado, julgado, como queiram, pelo seu passado tantas vezes glorioso e não apenas pela fraqueza do momento.
Porém, aconteceu a aparição do tão ansiado "milagre": um grupo de jovens, com o sangue quente e azul a ferver-lhes nas veias, apresentou-se a sufrágio (o Ernâni insistia...insistia..., entendia que poderia prosseguir) e a lista, apresentada na assembleia geral mais concorrida de sempre, exemplo de vitalidade clubística, venceu a opositora de forma clara e inequívoca. Todos acreditavam no ressurgir da "alma". Os associados, depois da angústia, sentiram-se aliviados. Era o recomeçar de um novo ciclo. A partir da última divisão distrital, é certo. Que interessava?! Estava (isso sim, isso é que era o mais importante) recuperada a mística. O clube mantinha a sua identidade.
O "perigo" está a passar, e novos e melhores dias nos aguardam. Um degrau já foi transposto.
Os membros diretivos têm demonstrado caráter, ambição, responsabilidade... Muita paixão. Muita "obra". Nós, freamundenses, devemos-lhes rasgados elogios. Aconteça o que acontecer daqui para a frente.
Nostalgicamente, e porque é mais difícil fazer história do que falar dela, vou pela via mais fácil redescobrir alguns momentos que andavam perdidos nas minhas memórias, no "baú" do clube, alguns "fora" do livro "Sport Clube de Freamunde - Vida e Glória", estabelecendo um contacto mais íntimo com os associados, e colocá-los pontualmente à disposição dos interessados no blogue "Freamunde: factos e figuras". Uma espécie de boletim, arquivo histórico de toda a vida associativa.
Nostalgicamente, e porque é mais difícil fazer história do que falar dela, vou pela via mais fácil redescobrir alguns momentos que andavam perdidos nas minhas memórias, no "baú" do clube, alguns "fora" do livro "Sport Clube de Freamunde - Vida e Glória", estabelecendo um contacto mais íntimo com os associados, e colocá-los pontualmente à disposição dos interessados no blogue "Freamunde: factos e figuras". Uma espécie de boletim, arquivo histórico de toda a vida associativa.
Uma espécie de "viagem pelo tempo". Um magnífico estímulo para os jovens, os grandes representantes do clube de amanhã.
Mantenham-se atentos, até porque abordaremos, ao longo de vários meses (os necessários), não só o futebol mas muito do que está relacionado com Freamunde.
Mantenham-se atentos, até porque abordaremos, ao longo de vários meses (os necessários), não só o futebol mas muito do que está relacionado com Freamunde.
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