quinta-feira, 18 de junho de 2020

1899 - FESTAS AO MÁRTIR - CAPÍTULO VIII






programa 


 As Festas ao Mártir deste ano não se realizaram porque grassava a epidemia da "peste bubónica".


Desinfecção de casas.
Fonte da foto: Aurélio dos Reis



Por edital do Governador Civil do Porto foram proibidas festividades, romarias, divertimentos, feiras...
Apesar da situação em Freamunde e no concelho ser razoável, ficou regulamentado o cordão sanitário, sem estar definido o serviço de desinfecção.
A epidemia surgiu através das mercadorias indianas que o Porto recebia indirectamente. Nesta cidade o governo local não tardou a fechar as "suas" fronteiras, por terra e por mar.    Cerca de 2.500 militares de infantaria garantiram a eficácia do cerco, que duraria até à véspera de Natal de 1899.



Casas queimadas para desinfecção
Fonte da foto: Aurélio dos Reis



Casas escuras, pouco ventiladas e sobrelotadas potenciavam a disseminação do bacilo de Yessin descoberto há quatro anos atrás por Alexandre (Yessin). Foram 182 vítimas mortais deste surto, só no Porto. A epidemia estendeu-se a muitas outras povoações.
Pela primeira vez foi utilizada uma máscara facial, criada pelo médico Afonso de Lemos.


Dr. Ricardo Jorge
Fonte da Foto: Aurélio dos Reis



Todas as operações profilácticas orientadas pelo director do Laboratório Municipal de Bacteriologia, Dr. Ricardo Jorge, no sentido de eliminar a peste, como a evacuação de casas e o isolamento e desinfecção de domicílios, entre outras, desencadearam a fúria popular que, incentivada por grupos políticos, obrigaram Ricardo Jorge a abandonar a cidade do Porto.


curiosidades
Bubónica (peste negra): Tumores cutâneos. Gânglios linfáticos inchados (dilatações).
A falta de higiene foi a principal causa.

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