programa
8 de Julho
Alvorada - Salva de morteiros e girândolas de foguetes, fazendo-se ouvir os Zés P'reiras acompanhados de gigantones.
A Banda do sr. Nunes, depois de percorrer as principais artérias, subirá ao coreto.
9 de Julho
Alvorada - No principal dia das festas, logo pela manhã será rezada e cantada missa solene. Ao púlpito subirá o distinto orador sacro, reverendo Campos Pinto, abade de Caramos-Felgueiras.
17,00 - Majestosa procissão.
21,00 - Grande festival nocturno.
Tocarão até altas horas da madrugada as Bandas do sr. Nunes (Freamunde) e do sr. Abel Baptista (Paços).
Será queimado ainda muito fogo de ar e artifício, encerrando-se os festejos com a corrida de uma brava vaca de fogo.
curiosidades
Primeiras festas realizadas em plena República.
A partir de 1910, atravessa-se um período anti-clerical. A laicização da sociedade vai criar dissabores, abrir feridas e a separação da Igreja do Estado, em que a religião católica deixa de ser a religião oficial do mesmo, vai motivar o desaparecimento de várias manifestações exteriores de culto que a República tenta restringir e cuja realização dependia de prévia autorização escrita das autoridades administrativas, as quais só as podiam conceder nas localidades onde as procissões e outras celebrações fossem consideradas «um costume inveterado da generalidade dos cidadãos».
A lei de Abril de 1911, da separação, proibia a realização do culto após o sol posto, única hipótese de participação das pessoas no mesmo. Como consequência, várias procissões foram suspensas pelas próprias organizações. Por outro lado, muitas festas passaram a ser organizadas por comissões independentes, controladas por republicanos, ou com a exclusão de certos padres. Questão melindrosa!
Porém, à excepção de pequenas escaramuças, provenientes das "homilias" do padre João da Cunha Lima, a gente de Freamunde não foi considerada uma ameaça para os republicanos no poder, e as festas ao Mártir mantiveram, na íntegra, o programa de anos anteriores. Decretado (10 de Janeiro) o descanso semanal obrigatório ao Domingo para todo o assalariado, não se estranhe o substancial aumento de forasteiros neste dia principal das Festas.
António José de Brito (Juiz das Festas).
Na procissão, foram protectores dos andores: Senhor dos Milagres (Alexandrino Chaves); Coração de Jesus (Albino de Matos); Coração de Maria (Dr. Alberto Cruz).
Às borlas dos andores: Adolfo Leão, António Torres, Arnaldo Cruz e José Alves D'Assis Carneiro.
No segundo dia, durante a tarde, disputou-se também uma interessante corrida de bicicletas. Classificação: 1º- Ladislau António Ribeiro; 2º- Moisés Santos Simões.
A iluminação produziu um lindo efeito. As casas particulares estavam iluminadas, destacando-se as de António José de Brito (Presidente da comissão), Miguel Nunes Oliveira, Valentim Cardoso, Elvira Matos, Teodoro Pereira e João Correia da Fonseca.
Por alturas das Festas, um grupo de cidadãos da nossa primeira elite, acabou de colocar um elegante banco junto a uma árvore que estava defronte da conceituada farmácia Barros, chamada "a árvore da má língua". Era um dos melhores melhoramentos, pelo que foram muito felicitados. Por subscrição mais alguns iriam ser colocados na Praça do Mercado.
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