quinta-feira, 25 de junho de 2020

"SEBASTIANAS" - NOTA DO AUTOR



Julho é o mês de todas as emoções.  
Não há bairrista que se preze que não sinta as"Sebastianas" como o momento predilecto do ano. 
É Freamunde na verdadeira essência, que se ufana, e com razão, de elevar no seu seio a mais importante festividade de toda a região do Vale do Sousa.
A cidade transforma-se, fica garrida e o ritmo, vibrante, aumenta.
Nestes dias, Freamunde é toda igual. A energia das Sebastianas é poderosa, partilhada com aqueles que vêm por bem - e são tantos!...
Vêm, sem falhar, porque se sentem em casa. Vêm a uma terra de gente extrovertida, que fala alto e bom som, explosiva e hospitaleira. Que se junta, num envolvimento total e activo, é empreendedora e luta pelos seu ideais. Que impressiona pelo seu persistente bairrismo. Que sempre se habituou a tomar as rédeas do seu destino.
Destino que, há tempos atrás, nos pregou algumas partidas.
Fruto das circunstâncias (raios partam a pandemia!), o aroma das "Sebastianas" deixou de sentir-se tão intensamente.
O "nosso" coração deixou de bater forte, pujante. Esteve doente.
O melhor, mesmo, esquecendo "estragos", é revivê-las desde o princípio, numa abordagem histórica das mesmas, desta vez em fascículos, da minha autoria - o livro havia sido editado pela Associação das "Sebastianas" com parcerias estratégicas.
Parte do publicado sobre as festas é baseado na obra de investigação desenvolvida ao longo de vários anos, na qual dou corpo a um metódico trabalho de pesquisa, socorrendo-me de vários tipos de fontes, sobretudo o uso da memória, colectiva e individual (cimento das comunidades), que tende a esfumar-se na voragem do tempo; dos entusiásticos relatos da fé e da festa desenvolvidos por bairristas de tempos idos; inventário do património, ou seja, fotografias, recortes de jornais, revistas, programas oficiais, cadernos com apontamentos diarísticos que andavam por casa, autênticos "tesouros", guardados em baús, armários ou arrumadinhos num canto com o apoio da família, especialmente do meu pai (como "herdeiro", procurei sempre aproveitar, explorar esse filão riquíssimo dos seus pertences. Aliás, sou um pouco daqueles a quem custa desfazer-se do que quer que seja), que perpectuam a história e vão, assim o espero, encantar as novas gerações; a indispensável ajuda dos colaboradores dos orgãos de comunicação social, locais e regionais, no que toca à romaria e sua divulgação junto da população...
Encaixadas as peças como um "puzzle", segue-se o enquadramento da festa no contexto da evolução da comunidade, analisando as várias faces da mesma e a transformação ao longo dos tempos.





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