Festas Sebastianas
A grande festividade da Vila de Freamunde é a que se faz ao mártir S. Sebastião. São conhecidas estas festas que, em geral, duram três dias, por Festas Sebastianas, e quando datam, não se sabe; apenas que são antiquíssimas. Igualmente se ignora o motivo por que, sendo a freguesia da invocação do Salvador, as suas festas principais sejam feitas em honra de S. Sebastião. Também já alguém fez reparo em que, devendo o povo de Freamunde bastante do que é à Confraria de Santo António, a sua festa anual mais importante não seja a deste Santo.
O facto leva-nos a ter por possível que, quando se instituiu a irmandade de Santo António, já o povo de Freamunde fazia da festividade de S. Sebastião a maior de todas. Qual terá sido o motivo do seu início? Sem qualquer fundamento elucidativo, apenas podemos ater-nos à circunstância de o mártir ser advogado das três maiores calamidades que podem afligir a humanidade: Fome, Peste e Guerra.
Desde sempre, mas principalmente durante as Idades Média e Moderna da História Universal, as fomes e as pestes afligiram e dizimaram repetidas vezes a população portuguesa e, atrás dos flagelos, vinham os açambarcamentos dos géneros de primeira necessidade, que provocavam a sua carestia, não bastando, como é de ver, para enfrear os açambarcamentos, as medidas de almotaçaria que os monarcas se apressavam a promulgar, correspondentes aos modernos tabelamentos dos géneros, impostos nos nossos tempos por semelhantes necessidades e motivos. Terramotos e anos de esterilidade contribuíram também para determinados períodos de angústia do povo. Sabe-se da peste que se desenvolveu durante o cerco de Lisboa pelos castelhanos. A excelsa Rainha D. Filipa de Lencastre morreu de peste. Pestes houve em 1415, 1420, 1438, 1481, 1491, 1502. Só o reinado de D. Manuel I foi afligido cinco vezes por pestes.
A de 1581 foi duma violência extraordinária.
Em 1522, 1596, 1597, 1621, 1622, etc. houve grandes fomes. Nestas quadras de aflição, o povo, cheio de sustos, de privações, de fomes, encaminhava-se inutilmente para as cidades, onde supunha que encontraria remédio e fartura. Desiludidos, ou regressavam ou morriam à míngua pelos caminhos, fazendo ainda mais pestilentos os ares.
Que restava aos povos em tais emergências? Apelar para Deus, pela intercessão dos santos. Da calamidade sofrida durante um grande flagelo deve, com certeza, ter saído com o voto do povo freamundense ao glorioso mártir S. Sebastião de lhe fazer grande festividade anual para que o livrasse do que sofria e de futuros sofrimentos.
Ouvi-lo-ia o Santo, pois a festa se estabeleceu e perdurou. Da grandeza e persistência do voto pode ser deduzida a da aflição deste povo.
Como quer que tenha sido, o facto irrecusável é que as Festas Sebastianas são antiquíssimas e não devem ter andado desligadas da erecção da capela de S. Sebastião, a qual deve datar pelos meados do século XVI, ou ainda, mais provavelmente, do século XV.
Muito recentemente, encontramos abandonada numa húmida loja do hospício da Ordem Terceira uma imagem de S. Sebastião, curioso espécimen de arte popular, que logo suspeitamos ter sido a que pertenceu à antiga capela e foi mudada para a de S. Francisco, após a demolição daquela, onde teve de direito o seu altar, do qual foi abusivamente retirada. Sem querer fazer obra por meras conjecturas, sujeitamos o assunto à opinião de dois críticos de arte, um de Lisboa, a quem remetemos três fotografias da imagem e outro de Braga. Nenhum deles rejeitou a possibilidade de a imagem do santo ser do século XV, ou pelo menos do século XVI.
Todas estas circunstâncias se conjugam para nos levar a admitir a muita antiguidade das FESTAS SEBASTIANAS.
programa
08 a 12 de Julho
Semana Cultural com exposição de trabalhos infantis e teatro amador.
12 de Julho (Sexta-Feira)
21,30 - Concerto pela Banda de Freamunde gentilmente oferecido à população da Vila.
13 de Julho (Sábado)
07,00 - Alvorada com estrondoso fogo.
Durante o dia numerosos grupos de Zés P'reiras, Gigantones e Cabeçudos percorrerão as ruas da Vila já então ornamentadas a capricho.
21,30 - Grande mostra de Folclore Nacional. Neste festival actuarão os seguintes grupos: «Associação Folclórica Independente de Sanfins de Ferreira», «Etnográfico de Vila Praia de Âncora», «Grupo Folclórico Pauliteiros de Miranda», «Grupo Típico e Cancioneiro de Águeda», «Rancho Folclórico da Casa do Povo do Pego (Ribatejo) e «Rancho Folclórico da Citânia de Sanfins».
24,00 - Grandiosa Sessão de Fogo de Artifício.
01,00 - Corrida de 2 bravíssimas Vacas de Fogo.
14 de Julho (Domingo)
07,00 - Alvorada com estrondoso fogo.
09,00 - Entrada da Associação Musical de Freamunde.
11,00 - Missa Solene com subida ao Púlpito de um distinto Orador Sacro. Acompanhamento musical pela distinta Banda desta Vila.
14,00 - Entrada da Banda Musical de Famalicão.
15,00 - Concerto pelas referidas Bandas.
17,00 - Entrada da Fanfarra do Corpo de Escutas de S. Tomé de Negrelos.
19,00 - Saída da Majestosa e Tradicional Procissão do Mártir S. Sebastião.
22,00 - Concerto musical pelas Bandas de Freamunde e Famalicão.
24,00 - Grandiosa Sessão com 2 Frentes de Fogo de Artifício.
02,00 - Fim do Concerto pelas referidas Bandas e 2ª Sessão de Fogo de Artifício.
A encerar mais uma noite de Festa 2 bravíssimas Vacas de Fogo.
15 de Julho (Segunda-Feira)
07,00 - Alvorada com estrondoso fogo.
15,00 - Tarde Infantil
Foram convidadas as crianças do concelho a expor trabalhos que serão apreciados e premiados. Serão entregues os prémios numa magnífica festa que lhes é oferecida na Praça do Mercado desta Vila. A festa será alegrada pela graciosidade dos seguintes pequenos artistas: Patrícia; Susana Andrea; Maria Arminda (ilusionista) e uma alegre parelha de palhaços.
A todas as crianças serão distribuídos balões e refrescos. Largada de centenas de balões e grande solta de pombos.
21,00 - Grande Festa Popular
Os grupos de bombos de Santa Maria de Jazente, Zés P'reiras Unidos da Paródia, Bombos de Telões, Zés P'reiras de Santo Estevão, Os Delaenses e Os Divertidos de Delães, proporcionarão estrondosa arruada.
Os grupos de folclore da Citânia de Sanfins, Independente de Sanfins, Infantil de Lustosa, Infantil de S. Pedro da Raimonda, Lavradeiras do Vale do Sousa e Santa Eulália de Nespereira, Guimarães exibirão suas danças e cantares.
As escolas de samba Mangueiras, Kankans, Charanguinha e Barulhentas trarão a alegria, a cor e o som do Brasil.
23,30 - Grandiosa sessão de Fogo de Artifício (2 frentes de fogo).
24,00 - Saída da grandiosa e imponente Marcha Alegórica e Luminosa, composta por muitos e maravilhosos carros alegóricos e acompanhada pela Fanfarra da União Cultural e Recreativa de Boim e de todos os grupos da Festa Popular.
01,00 - Grandiosa sessão de Fogo Preso.
02,00 - Encerramento das Festas com corrida de bravíssimas Vacas de Fogo.
curiosidades
Comissão Executiva: Luís Fernando Pereira Rego (P), Adelino Coelho de Matos, Albino Barbosa Leão, António Alves Nogueira de Matos, António Castro Gomes, António Ferreira Gomes Pereira, António José Alves Barbosa, António Maria Leão Torres Correia, Aprígio Brás Martins Barbosa, Arménio Fernando Coelho Ferreira Taipa, Arménio Seixal Silva Nunes, Carlos Albino Taipa Mendes, Francisco Eduardo Pacheco Rodrigues, Inácio Silva Gomes, Joaquim Manuel Moreira Pinto, Jorge Fernando Pinto Leão, José Adolfo Ferreira da Costa, José Manuel Alves Barbosa, Luís Armando Pacheco Sousa, Manuel Joaquim Silva Neto Camelo e Miguel Ferreira Marques.
Custo global das Festas - 5.400 contos, aproximadamente.
Despesas mais relevantes
Pirotécnico (Francisco Pontes, de Lustosa) - 500.000$00
Carros Alegóricos (10) de F. Lobo, de Felg. - 380.000$00
GNR (Procissão e Marcha) -115.491$00
Rancho Folclórico da Casa de Pego (Ribatejo) - 52.000$00
Realizações para angariação de fundos
Festivais durante o ano
- 25-08-1984 - Festival de Folclore "1ª Medalha de Ouro".
- 22-09-1984 - "Raízes", Grupo de Música Tradicional Portuguesa.
- 07-04-1985 (Dia de Páscoa) - "António Sala" e outros artistas: Primavera, Tony Garcia, Vera Mónica e Arnaldo Silva.
- 09-06-1985 - Arraial com danças e cantares de Trás-os-Montes, Alentejo, Madeira e Açores, abrilhantado com o Grupo Etnográfico do Orfeão Universitário do Porto.
- Baile de Passagem de Ano 84/85 com o Conjunto de Samba "Costa de Prata", de Ovar, no Pavilhão da Ibermetais.
- Torneio de Futebol de Salão no Rinque das Escolas Primárias de Santa Cruz.
- Sorteio de 1 Televisor, 1 Aparelhagem Hi-Fi e 1 Rádio.
- A Comissão "surpreendeu" ao contratar vários grupos de Zés P'reiras, que fechavam o Cortejo Alegórico com as suas batidas ensurdecedoras.
MARCHA ALEGÓRICA (Programa)
IMPÉRIO ROMANO - O Imperador assiste às corridas dos Gladiadores. A Águia Romana simboliza o Império e a Biga a luta pela victória.
COGUMELOS E FLORES - Um enorme Cogumelo serve de cozinha, onde as crianças brincam; as Borboletas e as Flores embelezam o cenário.
FANTASIA CARNAVALESCA - Duas gigantescas «Carantonhas» movimentam-se neste carro carnavalesco, onde tudo é alegria.
CARRO OLÍMPICO - Alusão a várias modalidades desportivas que fazem parte dos «Jogos Olímpicos».
FANTASIA DO MAR - De entre as ondas, os peixes e as conchas, surgem lindas raparigas fantasiadas.
NAVE ESPACIAL - Os discos-voadores, os foguetões e as naves, que marcam a era actual, são fielmente retratados neste carro.
O CHÁ DAS CINCO - Fantasia com um serviço de chã japonês.
AS BAIANAS - O Samba Carioca, as Baianas, enfim... o Brasil com todo o seu colorido e o seu ritmo inconfundível.
AMBIENTE MEXICANO - O México em todo o seu esplendor, simbolizado pelos sombreros, pelas violas e pelas palmeiras.
O CIRCO - Os palhaços, os cavalos, as lindas trapezistas e toda a alegria de um autêntico circo.
ÍNDIOS - Uma tribo de «peles vermelhas» bem estampada neste barulhento carro.
COCHE REAL - Sempre bonito recordar a grandeza e a beleza dos coches em que os soberanos se deslocavam.
CARACOL E HELICÓPTERO - Fantasia. Helicóptero pousando junto de um «preguiçoso» Caracol, perturbando-lhe o seu sossego.
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